sábado, 13 de setembro de 2008

A História do sapato


Alguns estudos mostram que há pinturas paleolíticas em cavernas da França e Espanha indicando a existência de calçados já em 10.000 a.C. Porém, há pesquisadores que afirmam que os sapatos foram inventados na Mesopotâmia, onde atualmente fica o Iraque, há mais de 3.200 anos. Eles eram feitos de couro macio para que os antigos pudessem atravessar trilhas montanhosas.
No Egito Antigo, entre 3.100 a.C. e 32 a.C., apenas os nobres usavam sandálias de couro. Os faraós usavam calçados deste tipo adornados com ouro.
Os gregos, que criaram os preceitos fundamentais da civilização ocidental, mostraram vanguarda não só na filosofia, na ciência e na política, mas também na moda: estudos mostram que alguns chegaram a usar um modelo diferente em cada pé.
Durante o Império Romano, os calçados denunciavam a classe ou grupo social do indivíduo. Os senadores utilizavam sapatos em cor marrom, em modelos que amarravam na panturrilha por quatro tiras de dois nós. Para os cônsules romanos a cor indicada era o branco. Os calçados das legiões eram as botas de cano curto. Mulheres calçavam sapatos brancos, vermelhos, verdes ou amarelos.
Na Idade Média, a maioria dos sapatos tinha a forma das atuais sapatilhas. Eram feitas de couro. Nobres e cavaleiros usavam botas de melhor qualidade.
O rei Eduardo (1272-1307), da Inglaterra, padronizou a numeração dos sapatos. No mesmo país, em 1642, há o registro da primeira produção "em massa" de sapatos em todo o mundo: Thomas Pendleton fez quatro mil pares de sapato e 600 pares de botas para o Exército.
Durante a Revolução Industrial, no início no século XVIII, na Inglaterra, as máquinas passaram a produzir calçados em larga escala.
No século XX, novos materiais, técnicas e tecidos entram na produção, que passa a ser setorizada entre design, modelagem, confecção, distribuição, entre outros setores. A necessidade dos atletas obterem um melhor desempenho em competições originou um novo segmento na indústria, voltado aos esportes, o que possibilitou a criação de tênis tecnológicos, que invadiram o vestuário de todos grupos sociais. Além disso, a explosão da moda entre o público médio, a partir dos anos 80, também possibilitou o aumento do número de pessoas que passaram a consumir calçados de grife, tanto os mais simples quanto aqueles assinados por grandes estilistas, verdadeiros artigos de luxo.


Curiosidades sobre os calçados
No século XIV, os sapatos ingleses ficaram tão pontudos que se tornaram um perigo, fazendo o rei Eduardo III baixar um decreto limitando os bicos a no máximo cinco centímetros de ponta. Ignorando a lei, os sapatos no país chegaram a ostentar até 50 cm de comprimento. Para andar, era preciso prendê-los à cintura com cordão de seda.
Na França, no século XVI, os sapatos ficaram tão estreitos que para calçá-los os pés precisavam ficar mergulhos por uma hora em água gelada.
Na China, o culto aos pés exigia o uso de sapatos de no máximo 15 cm. Para calçá-los, as mulheres tinham os pés praticamente amassados, enfaixados em um cilindro para não crescerem.
Em Veneza, por volta de 1600, as plataformas ficaram tão altas que quem usasse precisava de criados para se movimentar.


Tipos de saltos
Sabrina:
Popularizados no início dos anos 60 nos pés de Audrey Hepburn no filme Sabrina, acabou associado a refinamento. Não deve passar dos cinco centímetros de altura, deve ser fino e ter o cabedal delicado.Altura perfeita para calças de todas as alturas (inclusive as curtas e shorts), vestidos, saias curtas, Chanel e midi.
Princesa:Salto elegante e levemente mais grosso (de quatro até sete centímetros), confortável e adequado para o trabalho.Veste bem com comprimento Chanel, midi e calças convencionais.
Estaca, Anabela ou plataforma baixa:Saltos sólidos e não muito altos e que possibilitam muito conforto.Ideais para o trabalho, calças convencionais e vestidos ou saias mais longas.
Stiletto ou agulha:É o mais fino e sexy de todos os saltos, pode ter alturas de até nove centímetros. É mesmo prejudicial à saúde dos pés, mas está sempre na moda.Permitido para calças longas, curtas e shorts, micros e mini comprimentos e também Chanel e midi, dia e noite.Use em momentos em que não pretenda permanecer muito tempo em pé.O estilista de calçados Manolo Blahnik é considerado o rei do salto estileto.
Salto alto grosso, Anabela ou plataforma alta:Estes formatos de salto criam melhor equilíbrio para o corpo e podem ser usados em festas (cobertos) ou esportivos com calças e saias midi e longa.
Sensível:O salto alto tradicional com formato robusto e altura que não ultrapassa os cinco centímetros.Coordena bem com calças, tailleurs e saias em comprimentos tradicionais. Ideal no trabalho e passeio, pois cansa menos.
Louis XV ou carretel:Popularizados pelos monarcas da França, este salto não ultrapassa os quatro centímetros e a forma lembra um carretel.Com altos e baixos na moda, encaixa bem com sapatos estilos masculinos ou mules.A altura é ideal para calças, vestidos e saias longas, mini e shorts.


Surgimento dos saltos
Marilyn Monroe, conhecida por se equilibrar em saltos altíssimos, sempre declarou que as mulheres deveriam agradecer a quem inventou os saltos altos. Mas essa idolatria pelos "high heels" não nasceu nos anos 50. A procura por saltos perfeitos tem atravessado séculos.
O formato estileto ou agulha, preferido da estrela e um dos responsáveis pelo seu sucesso como símbolo sensual, é um desenho novo se lembrarmos que os mais antigos saltos, descobertos em tombas egípcias, datam de 1.000 a.C.
A associação com o sensual talvez venha do fato das cortesãs japonesas que usavam tamancos com quase trinta centímetros de altura.
Os historiadores também acreditam que as prostitutas na Roma antiga se distinguiam das outras mulheres calçando saltos altíssimos.
No teatro grego, serviam para mostrar a graduação social dos personagens. Quanto mais altos, mais importante era a figura.


Importados de Paris
A invenção do salto alto próximo ao que se conhece hoje é atribuída a Catarina de Médici. Filha de uma distinta família italiana de Florença, ela foi a Paris para se casar com o futuro Henry II da França. Por ser pequena, carregou na bagagem vários sapatos feitos por um artesão italiano com saltos que a deixava mais alta.
A novidade virou moda na aristocracia francesa fazendo homens e mulheres subirem literalmente no salto durante os séculos XVII e XVIII como uma marca de privilégio social. Só os ricos e bem nascidos podiam usá-los.
Em 1800, os saltos descobriram a América, o cenário ideal para crescerem ainda mais. E o show começou nas casas suspeitas de New Orleans, que importavam garotas francesas que usavam saltos altos. O sucesso delas com os clientes foi tão grande que em 1890 a primeira fábrica de saltos de sapatos se estabeleceu em Massachusetts.
Em 1955, o desenhista de sapatos francês Roger Vivier criou para o costureiro francês Christian Dior o salto agulha, tão fino que exigia uma estrutura de ferro para não quebrar.Desde então, para os desespero dos ortopedistas, os saltos não pararam de aumentar na importância e nos centímetros, evoluindo para muitas outras opções de design.
Autor: Xico Gonçalves

20 a 27 de setembro Milão/Prêt-à-Porter Feminino

A semana de Milão (Milano Moda Donna) atrai a atenção do mundo todo por contar em seu elenco com uma das marcas mais desejadas e copiadas do mundo, a Prada. A moda italiana é conhecida por um prêt-à-porter de luxo aprimorado, calcado na alfaiataria e subvencionado pelos acessórios em marcas como Fendi, Dolce & Gabanna, Gianni Versace, Roberto Cavalli e Giorgio Armani.

14 a 19 de setembro Londres/Ready-to-Wear Feminino

A Semana de Moda de Londres é relativamente nova (1983), mas já foi uma das mais aguardadas, por seu caráter de ousadia e vanguardismo. A teatralidade da dupla Basso and Brooke e o peso do veterano Paul Smith são outros motivos que tornam a temporada inglea interessante, assim como a presença no novo queridinho do mundo da moda Henry Holland. Cliq

Veja abaixo a programação completa:



Dia 14 de setembro, domingo

09h30 Paul Costelloe

10h30 Allegra Hicks

11h30 Caroline Charles

12h45 Charles Anastase

14h45 Ossie Clark

16h Graeme Black

17h PPQ

18h15 Ann-Sofie Back

19h30 Peter Jensen



Dia 15 de setembro, segunda-feira

09h30 John Rocha

10h30 Luella

11h45 Marios Schwab

13h Temperley London

14h15 Jasper Conran

15h15 Julien MacDonald

16h30 Todd Lynn

17h45 Jaeger London

19h Paul Smith



Dia 16 de setembro, terça-feira

09h15 Adidas by Stella McCartney

10h30 Nicole Farhi

11h45 Emma Cook

13h Aquascutum

14h Eley Kishimoto

15h15 Christopher Kane

16h30 Antoni & Alison

18h30 Louise Goldin

19h30 Giles Deacon



Dia 17 de setembro, quarta-feira

09h30 Richard Nicoll

10h45 Betty Jackson

12h Armand Basi House of Holland

14h30 Jenny Packham

15h45 Basso and Brook

16h45 Nathan Jenden

18h Roksanda Ilincic



Dia 18 de setembro, quinta-feira

09h30 Peter Pilotto

09h30 MeadhamKirchhoff

10h45 Sinha-Stanic

12h Margaret Howell

13h15 Fashion Fringe

14h45 Danielle Scutt

16h Duro Olowu

17h15 Erdem

18h15 Vivienne Westwood Red



Dia 19 de setembro, sexta-feira

09h30 Josh Goot

10h45 Bora Aksu

12h Osman Yousefzada

13h15 Ashish

14h30 Modernist

17h Man

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

A história do biquíni


"O biquíni é a invenção mais importante deste século (20), depois da bomba atômica", Diana Vreeland (1903-1989).O lançamento do primeiro biquíni foi em 26 de junho de 1946, ele foi inventado pelo estilista francês Louis Réard que o batizou com o nome do pequeno atol de Bikini, no Pacífico, onde os americanos haviam realizado uma série de testes atômicos. Apesar de toda euforia em torno do novo traje de banho, o biquíni não emplacou logo de cara.O primeiro modelo, todo em algodão com estamparia imitando a página de um jornal, se comparado aos de hoje, era comportado até demais, mas para os padrões da época, um verdadeiro escândalo! Nenhuma modelo quis posar para a divulgação do pequeno traje. Por isso, em todas as fotografias do primeiro biquíni, lá está a corajosa stripper Micheline Bernardini, a única a encarar o desafio.Veja a evolução do biquini ao longo dos anos:Anos 50 - As atrizes de cinema e as pin-ups americanas foram as maiores divulgadoras do biquíni. Em 1956, a francesa Brigitte Bardot imortalizou o traje no filme "E Deus Criou a Mulher", ao usar um modelo xadrez vichy adornado com babadinhos. No Brasil, o biquíni começou a ser usado no final dos anos 50. Primeiro pelas vedetes, como Carmem Verônica e Norma Tamar, que juntavam multidões nas areias em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, e, mais tarde, pela maioria decidida a aderir à sensualidade do mais brasileiro dos trajes.Anos 60 - A imagem sensual da atriz Ursula Andress dentro de um poderoso biquíni, em cena do filme "007 contra o Satânico Dr. No" (1962) entrou para a história da peça. Em 1964, o designer norte-americano Rudi Gernreich dispensou a parte de cima do traje e fez surgir o topless, que ousadia! Porém no Brasil, essa moda não fez tanto sucesso quanto em algumas praias da Europa, mas mesmo assim o então prefeito de São Paulo, Prestes Maia, chegou a proibir o uso do topless em piscinas públicas.Anos 70 - Um novo modelo de biquíni brasileiro, ainda menor, surgiu para mudar o cenário e conquistar o mundo: a famosa tanga.Anos 80 - Surgiram outros modelos, como o provocante enroladinho, o asa-delta e o de lacinho nas laterais, além do sutiã cortininha. E quando o biquíni já não podia ser menor, surgiu o imbatível fio-dental, ainda o preferido entre as mais jovens. A musa das praias cariocas dos 80 foi sem dúvida a então modelo Monique Evans, sempre com minúsculos biquínis e também adepta do topless.Anos 90 - A moda praia se tornou cult e passou a ocupar um espaço ainda maior na moda. O Brasil se tornou lançador da moda internacional, os modelos se multiplicaram e a evolução tecnológica possibilitou o surgimento de tecidos cada vez mais resistentes e apropriados ao banho de mar e de piscina. Um verdadeiro arsenal, entre roupas e acessórios passaram a fazer parte dos trajes de banho, como a saída de praia, as sacolas coloridas, os chinelos, óculos, chapéus, cangas e toalhas.

A HISTÓRIA DO JEANS



Por volta de 1850, auge da corrida do ouro e conquista do oeste norte-americano, vários mercadores aproveitaram o trabalho nas minas e de exploração para vendas de ferramentas, mantimentos, roupas e lonas. Devido a este excesso de oferta, o mercado ficou saturado. Com um grande estoque de lonas e sem conseguir mercado para as mesmas, Levi Strauss passou a procurar outra aplicação para o produto. Ele observou que devido à grande exigência física no trabalho das minas, os mineradores tinham que substituir freqüentemente as roupas utilizadas, o que os levava a um grande gasto. A fim de realizar uma experiência, Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía e disponibilizou-as aos mineradores. O sucesso foi imediato. Sendo altamente resistentes, as roupas não se estragavam com facilidade e proporcionavam uma durabilidade muito maior.
Estava criado o jeanswear.
Forte e durável, esse tipo de roupa firmou-se como indumentária de trabalho, conquistando mais e mais consumidores, que a utilizavam para exercer suas tarefas mais árduas e de exigência física.
Em 1872, afinal, Levi Strauss registrou a patente de sua invenção. Mas ainda faltava o alfaiate Jacob Davis, um personagem fundamental para a história dos jeans, a quem Strauss se associou, e com quem criou o modelo básico de calça que conhecemos hoje, justo, com cinco bolsos e rebites de metal nos pontos de maior tensão.
Após a proliferação social do seu conceito como roupa despojada e do cotidiano, o jeans conquistou o restante da população sem perder seu charme e elegância. Consagravam-se, então, os "gigantes do Jeans", como: Levi's, Lee e Mustang.
Foi apenas no século XX, entretanto, que o jeans passou a ser utilizado diariamente, virando moda com a geração baby-boom, na década de 50 e 60.
O casual avançou tanto que os estilistas perceberam a necessidade de introduzir também mudanças na moda clássica, tornando-a mais moderna. O primeiro estilista a colocar o jeans na passarela foi Calvin Klein, já na década de 70, causando choque e indignação aos mais conservadores. Esta atitude, no entanto, foi logo seguida por outros nomes da alta costura como Jacques Fath, Pierre Cardin, Givenchy, Pierre Balmain e Van Cleef Arpels, os quais acabaram por ligar suas etiquetas à trajetória do jeans como moda, tornando-o um fenômeno bastante singular e conquistando seu espaço na sociedade.
Da versão mais popular à que traz a assinatura do estilista mais famoso, o que muda é a qualidade, jamais seus múltiplos significados.
E são justamente esses significados que compõem a base da longevidade e da fama do jeans. Não importa o que seja, mas o que quer dizer. Popularizado no cinema por astros como Marlon Brando e James Dean, o jeans passou a ser o símbolo de toda a geração que ligava rebeldia à liberdade. Com Madonna, era símbolo de sensualidade. Foi também com jeans que os hippies dos anos 60 e 70 pediram paz e amor. E, uma década mais tarde, ainda vestindo jeans, os yuppies fizeram fortuna em Wall Street.
O que se nota é uma crescente proliferação do conceito jeanswear em se vestir, principalmente graças à comodidade e à praticidade, aliadas a fácil manutenção, numa época em que estamos cada vez mais sem tempo livre e que qualquer facilidade proporcionada torna-se fundamental.
Assim, o jeans, hoje com vários modelos (justos, baggys, saint tropez, boca-de-sino, rasgados, bordados, capris, etc), modelagens e lavagens, tornou-se um tipo de moda nascida não pela imaginação dos estilistas, vinda de cima para baixo; mas de baixo para cima, acabando por se tornar um clássico da roupa.
Usado em todos os continentes por trabalhadores do campo e da cidade, foi adotado tanto por ricos quanto por pobres, curiosamente sempre conservando as características originais das primeiras calças feitas por Levi-Strauss.